Curativos

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Apesar de ser um procedimento onde não ocorre contato com partes do corpo contaminadas, a cirurgia cardíaca é complexa, leva tempo e utiliza habitualmente materiais protéticos. Estes aspectos exigem uso de antibiótico de forma preventiva.
Na cirurgia do coração, a pele é a principal origem de contaminação endógena (causada por bactérias do próprio indivíduo) da cicatriz operatória. Por esse motivo, é utilizada uma solução antisséptica na pele, antes e depois da cirurgia. É recomendável a utilização de antibióticos, iniciando um pouco antes do procedimento e finalizando nas 24 horas seguintes. Este antibiótico não tem o objetivo curativo, e sim profilático, para impedir infecções. Esses cuidados minimizam a incidência de infecções nas feridas operatórias.
Nas cirurgias do coração, a infecção da incisão é uma das complicações mais comuns. Muitos fatores podem contribuir para o acontecimento e para a gravidade da infecção, como: diabetes, obesidade, desnutrição, extremos de idade e tabagismo.

Quais as principais infecções e curativos em cirurgia cardíaca?

 

Infecção na incisão da safena

Em casos de ponte de safena, o corte na perna para colher a veia safena é um dos pontos que podem infeccionar caso não seja cuidado corretamente.

As infecções neste local são notadas por sintomas como dor, manchas vermelhas, calor secreções, endurecimento da incisão e febre, que podem se iniciar entre o terceiro e o quarto dia após a cirurgia.

O tratamento é constituído na remoção de tecidos necróticos e fios cirúrgicos, e da utilização de antibióticos. Em casos de presença de secreções, o tratamento requer reabertura da incisão para drenagem dessas secreções. Diariamente são efetuados curativos e limpeza da ferida, usando produtos adequados para tal. 

Em casos de feridas abertas, o tratamento necessita de avaliações sistematizadas e de diferentes prescrições relacionadas à frequência e tipo de curativo, de acordo com o nível de evolução da cicatriz.

 

Mediastinite

A mediastinite é uma infecção pouco frequente, ocorre em cerca de 1% das cirurgias do coração. Porém, é grave e envolve o espaço mediastinal e o esterno.
 

Mesmo sendo baixo o risco de desenvolvimento de mediastinite, este aumenta com a idade e a sua incidência é maior em pacientes do sexo masculino, provavelmente ocasionada pela tensão do local. O mesmo pode ocorrer com pessoas obesas, por apresentarem maior risco por conta de um maior volume de tecido adiposo presente na região.

Outros fatores que aumentam o risco de mediastinite após o procedimento: o tabagismo crônico, pois ocasiona problemas ventilatórios e promove a instabilidade do esterno. Pacientes diabéticos também têm maior propensão a desenvolver a mediastinite, por apresentarem alterações na microcirculação e na cicatrização.

O diagnóstico por vezes é pouco notável. Normalmente, os pacientes têm febre persistente após o quarto dia posterior à cirurgia, toxemia (queda do estado geral), hemogramas que demonstram leucocitose com desvio à esquerda e drenagem de secreção pela ferida.

Relacionado à cirurgia em si, é necessária a utilização de duas artérias mamárias em procedimentos de revascularização do miocárdio, e as operações feitas mais de uma vez também aumentam o risco de mediastinite.

O tratamento desta infecção varia, podendo ser uma terapia com antibióticos até a esternectomia completa e cirurgias plásticas para reconstrução da parede do tórax, em casos gravíssimos. Ressaltando que a prevenção, com a adoção de cuidados pós-cirúrgicos corretos, é essencial para minimizar o risco destas infecções. 

 
 
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