Cirurgia da Aorta

O que é a Cirurgia de Aorta?

A cirurgia de aorta é um procedimento cirúrgico que tem tipos diferentes de abordagem, variando conforme a doença. Para uma compreensão completa, é fundamental ter ciência que a aorta é uma artéria que, indiretamente, é responsável por irrigar todos os tecidos do corpo. Tendo origem no coração, a aorta desce pelo tórax e na posição do umbigo, é dividida em dois ramos, seguindo um para cada perna. Desta artéria, são originados vasos que irão irrigar a cabeça, o tórax e o abdômen, além de ramos responsáveis pela irrigação dos membros inferiores. Por esse motivo, por toda a sua importância para o funcionamento do corpo, as doenças da aorta necessitam de atenção e cuidado especializado.

Quais as Doenças da Aorta?

A doença mais frequente que impacta a aorta é a aterosclerose, a mesma que impacta também as artérias cerebrais, renais, das pernas e as coronárias. Nas artérias cerebrais, uma obstrução ocasionada pela aterosclerose é responsável pelo AVC, normalmente isquêmico. Já nas artérias das pernas, existe a possibilidade de necrose. Nas artérias do coração, pode ocorrer o infarto. A aorta também é afetada pelo processo de obstrução, mesmo se tratando de uma artéria calibrosa.
Há duas complicações comuns, causadas pela aterosclerose e formação das placas de ateroma que afetam a aorta: os aneurismas, que podem ocasionar um rompimento e as úlceras que podem dissecar a aorta.

O procedimento cirúrgico feito na aorta pode ser aberto, com uma incisão no tórax ou por tratamento percutâneo.
Os procedimentos cirúrgicos abertos da aorta são normalmente realizados nos aneurismas de aorta ascendente e arco aórtico. Na maioria dos casos, consistem na troca da região prejudicada por uma prótese tubular feita de material sintético. O risco da cirurgia varia com o local do aneurisma, comprometimento ou não do arco aórtico e o estado clínico do paciente.
As cirurgias de aorta normalmente são associadas a outras cirurgias no coração, como a revascularização do miocárdio ou trocas de válvula aórtica ou mitral. Os procedimentos que incluem o arco aórtico normalmente são bastante extensos. Quando o procedimento cirúrgico é prescrito para aneurismas de aorta ascendente e arco, em quase todos os casos, a cirurgia é aberta, não sendo o ideal o procedimento percutâneo. Os aneurismas que afetam o segmento da aorta descendente e aorta abdominal, na maioria dos casos, permitem a realização do tratamento percutâneo.
O procedimento percutâneo é feito pela passagem de uma prótese através de uma punção em um vaso localizado na perna, que seguirá até o aneurisma. Ao atingi-lo, a prótese é expandida e deverá recobrir a parede interna da aorta. Deste modo, devolvendo o diâmetro e a resistência naturais desta região, para que se evite uma nova expansão ou rompimento.
As próteses utilizadas neste procedimento são denominadas endopróteses. São feitas de tecido sintético e apresentam estrutura metálica que permite compressão e expansão.

O procedimento cirúrgico da aorta para tratar dissecções, principalmente as que afetam os segmentos ascendente e arco aórtico devem ser sempre abertos. São feitos por meio da retirada do segmento da aorta que iniciou a dissecção e substituição por prótese tubular. Deste modo, o sangue não seguirá o trajeto falso dentro das paredes da aorta.
Em casos em que a dissecção da aorta compromete vasos responsáveis pela irrigação do cérebro, muitas vezes pode haver a necessidade da substituição dos segmentos iniciais destes vasos pelas próteses tubulares.
As dissecções que comprometem apenas a aorta descendente ou a abdominal, normalmente permitem o seu tratamento da forma percutânea. Nestes casos, é colocada uma prótese interna na artéria, com a função de recobrir o local em que ocorreu a criação do falso trajeto. Direcionando assim o sangue para o trajeto correto.

Sim. A cirurgia eletiva de um aneurisma de aorta não apresenta altos riscos e aumenta a qualidade de vida do paciente. No entanto, a cirurgia de emergência em casos de dissecção de aorta, possui um risco elevado. Porém, também é possível restabelecer uma condição de vida normal. Desde que a doença não tenha causado sequelas irreversíveis, como por exemplo um déficit neurológico causado por AVC.
O acompanhamento clínico com o cardiologista e a rapidez na intervenção cirúrgica, quando necessária, são essenciais.

 

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